quarta-feira, 27 de abril de 2011

OLAVO BILAC


Olavo Braz Martins dos Guimarães Bilac (Rio de Janeiro, 1865 – 1918). Estudou Medicina até o 4º ano do curso, mas em 1887 passou a freqüentar as aulas de Direito em São Paulo, sem estar regularmente matriculado. Foi funcionário público, jornalista, publicando na Gazeta de Notícias a “Sesta de Nero”, que marcou seu aparecimento como poeta, e foi também secretário do prefeito do Distrito Federal. Dedicou-se bastante ao ensino didático, fazendo traduções, versos infantis, organizando antologias, propagandas educacionais sobre instrução primária, cultura física e serviço militar obrigatório.

§  Obra poética:

- 1888: Poesias
- 1902: Poesias (edição definitiva, ampliada)
- 1904: Poesias infantis
- 1919: Tarde

§  Prosa:

- 1894: Crônicas e Novelas
- 1904: Crítica e fantasia
- 1905: Tratado de Versificação, com a colaboração de Guimarães Passos
- 1906: Conferências Literárias
- 1916: Ironia e Piedade
- 1917: A Defesa Nacional, discursos; Bocage
- 1927: Últimas conferências e discursos

§  Colaborações:

- 1897: Pimentões, com Guimarães Passos
- Através do Brasil, com Manuel Bonfim e Coelho Neto

A um Poeta

Longe de estéril turbilhão da rua,
Beneditino, escreve! No aconchego
Do claustro, na paciência e no sossego,
Trabalha, e teima, e lima, e sofre, e sua!

Mas que na forma se disfarce o emprego
Do esforço; e a trama viva se construa
De tal modo, que a imagem fique nua,
Rica mas sóbria, como um templo grego.

Não se mostre na fábrica o suplício
Do mestre. E, natural, o efeito agrade,
Sem lembrar os andaimes do edifício:

Porque a Beleza, gêmea da Verdade,
Arte pura, inimiga do artifício,
É a força e a graça na simplicidade.


ESTÉTICA

Graças aos aspectos polimórficos de sua poesia, Olavo Bilac encarnou brilhantemente o verso e o reverso de nosso Parnasianismo. Mais ainda: ao aderir à nova corrente poética, não só cuidou de materializá-la em suas composições, como também buscou traduzir-lhe e divulgar-lhe a doutrina de modo tão direto quanto possível. Tal concepção de poesia, com todo o seu projeto de universalidade e impassibilidade, e com toda a sua contradição interna, documenta-se nos sonetos. Dir-se-ia que, nessa fase, prevalece a ortodoxia parnasiana, dentro da relatividade apontada.
Conquanto demasiado datada, a poesia de Olavo Bilac revela o enlace feliz de uma sensibilidade de eleição e um indefectível apuro formal, condição para sobressair entre os poetas de seu tempo, e mesmo, da Literatura Brasileira. [1]


[1] Parnasianismo, Simbolismo/ [Editor] Instituto Cultural Itaú. São Paulo: ICI, 1997. Pág.21.

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